DESIGN ESTA É A PALAVRA QUE DEFINE O CHEVROLET VECTRA (B)
FOTO GILDO PIRES - VECTRA GLS 2002

DESIGN ESTA É A PALAVRA QUE DEFINE O CHEVROLET VECTRA (B)

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O CHEVROLET VECTRA B GLS 2.2

Em um Brasil eufórico pela conquista da estabilidade econômica, iniciada em 1994, no mandado dos presidentes da república Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, a indústria nacional começou a mudar e se equiparar a indústria europeia e americana. Em todas as áreas tínhamos novidades, nosso país parecia prosperar com a chegada do real e, talvez, o símbolo máximo desta era tenha sido o Chevrolet Vectra “B”, uma novidade aqui e na Europa e a GMB, alinhada com OPEL, realizaram o lançamento do carro simultaneamente, nos dois continentes.

Foi a primeira vez que o consumidor brasileiro teve acesso a um produto fabricado no Brasil com as mesmas características do mercado europeu: eram exatamente idênticos em acabamento e tecnologia.

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FOTO PROPAGANDA DE ÉPOCA DO LANÇAMENTO DO VECTRA DE 1ª GERAÇÃO

A GM havia lançado o Chevrolet Vectra no Brasil em 1994 (enquanto na Europa aconteceu em 1988). O mercado brasileiro, então, estava atrasado 6 anos em relação ao europeu e nos acostumamos com isso. Mas, com a nova era iniciada pelo Plano Real, ficou fácil para as multinacionais fazerem investimentos e trazerem seus produtos mais avançados para nós, sempre ávidos pelas novidades vindas da Europa e EUA. Neste cenário, a GM decidiu investir alguns milhões de dólares e trazer o Vectra B, apesar de o modelo “A” ter apenas 2 anos de vida, um produto que ainda novo no mercado e que poderia ter vivido mais tempo. Mas a GM foi assertiva e o Vectra B tornou-se o veículo mais desejado do seu tempo, era diferenciado e tudo que representava se enquadrava com o momento em que o país atravessava: um futuro de sucesso!  

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FOTO ARQUIVO CANAL SOLER - Vectra Pace car ao lado do Fórmula Indy RIO 400, ele ainda com as rodas que viriam a ser roubadas na garagem do Autódromo.


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FOTO ANDRÉ SOLER - AUTÓDROMO DE JACAREPAGUA FORMULA INDY RIO 400

A primeira vez que vi um Chevrolet VECTRA B foi em 1996, antes de seu lançamento. Eu era um estudante universitário aos 18 anos e tinha um Corsa Wind “0 km”. Meu pai tinha um VECTRA GSI 1995, ambos de cor vermelho Goya. Éramos “GM maníacos”. Eu estava dentro do Autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá, participando dos preparativos da prova da Fórmula Indy, a RIO 400, e me lembro como se fosse hoje: o carro ainda era “segredo de estado”; naquele tempo, ainda vivíamos em um planeta não tão conectado e as poucas informações que tínhamos vinham das revistas Quatro Rodas, 0km, Oficina Motor e Auto Esporte. Então, neste universo pequenino, não tínhamos muitas ideias de como seria o novo Vectra.

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FOTO ANDRÉ SOLER - OPEL VECTRA CARACTERIZADO DE CHEVROLET DURANTE OS PREPARATIVOS DA RIO 400 NO AUTÓDROMO DE JACAREPAGUÁ EM1996
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FOTO GILDO PIRES ARQUIVO - GALPÃO ONDE ESTAVAM GUARDADOS TODOS OS 5 CARROS USADOS NO GP DE FÓRMULA INDY COMO PACE CAR, CARRO MADRINHA E SAFETY CAR

Me lembro de estar no bar do Jabour (dentro do autódromo) quando vi uma correria do pessoal indo para o estacionamento ao lado dos boxes; não entendi muito bem o que acontecia ali e segui o pessoal; neste momento, um caminhão Peterbilt gigantesco, puxando uma carreta de carros, com uma lona verde na lateral, chegava ao autódromo. Procurei pelo Gildo mas ele havia sumido quando o vi junto ao caminhão com os figurões do autódromo; fiquei parado a uns 10 metros de distância, ao lado do amigo Valtair (funcionário do autódromo); quando a coisa se normalizou, começaram a remover as lonas laterais e WOW! Minha nossa! Eram carros que eu nunca havia visto e estavam com uma “cara de mau do caramba”, perfil esportivo, rodas enormes de competição com pneus baixinhos, eram magníficos 2 carros brancos, assim modificados e outros nas cores verde escuro metálico, vinho (vermelho Goya) e azul metálico escuro, com rodas mais comportadas, parecendo carros de rua normais.

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FOTO GILDO PIRES PILOTANDO SEU VECTRA PACE CAR 1996 INDY RIO 400

Eu estava doido para chegar perto dos carros, mas Valtair, com sua sabedoria, me pediu que esperasse o pessoal descarregar os carros pois, se desse algo errado, e eu por perto, certamente alguém seria penalizado.

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FOTO ANDRÉ SOLER - FOTO DE 1996 DO MOTOR OPEL 3.0 V6 DO VECTRA PACE CAR

Os carros saíram do caminhão, foram estacionados junto ao box nº 1 e pude vê-los de perto. Eram lindos! A primeira coisa que me chamou atenção foram os retrovisores, conectados à carroceria, dando a sensação de terem sido esculpidos pelo vento; dois deles eram carros que podia se notar modificados e preparados para realizar o serviço de pista, exatamente os dois brancos e os outros, eram basicamente carros de rua. Tive a oportunidade de ver, antecipadamente, os acabamentos internos, que eram de altíssimo luxo; bancos em couro e tudo que os carros tinham os enquadravam à frente de tudo que era fabricado no Brasil. Eles aproximaram os automóveis da GM aos importados, como a BMW. Estava perto dos carros, escuto dizerem para não abrirem o capô, não gostei daquilo, afinal estava numa prova da Fórmula Indy e imaginava que motores deveriam estar ali, tão diferenciados em relação aos carros que seriam vendidos.

E, assim, eu conheci o Chevrolet Vectra “B” Pace Car, no Autódromo Internacional de Jacarepaguá.

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FOTO GILDO PIRES - CHEVROLET VECTRA GLS 2002 PARA MATÉRIA DO CANAL SOLER

Quando recebemos a confirmação que teríamos um Vectra no CANAL SOLER, fiquei torcendo para que fosse um “B” e, ao receber o carro na redação, fiquei muito contente, pois era um Vectra B, depois de sua atualização em 2000, que o deixou mais esportivo e atraente.

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FOTO CANAL SOLER - VECTRA PACE CAR EM 2017 DURANTE PROVA DE FORMULA VEE NO AUTÓDROMO DE INTERLAGOS, EVENTO EM QUE EU E GILDO PIRES PIZEMOS O PAPEL DE PACE CAR À BORDO VECTRA MAIS UMA VEZ.

Ao ver o automóvel, logo lembrei do dia narrado acima e da emoção que meu amigo Gildo sentiria mais uma vez em poder guiar um Vectra B, afinal este automóvel foi seu instrumento de trabalho durante anos nas provas de automobilismo como PACE CAR.

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FOTO GILDO PIRES - VECTRA 2.2 GLS 2002

Em um dia que fazia 40° C, recebemos o carro de cor prata. Era uma versão depois do “facelift”; o carro é muito bonito, ostentando sua pintura original e interior muito bem conservado. Meu pensamento era que, quem estivesse a bordo, iria sofrer pois ar condicionado de carro velho... sabe como é! Logo vi que eu estava errado. O ar condicionado era melhor que de muitos automóveis novos, gelando muito rápido deixando você ficar com frio de verdade.

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A equipe se reuniu e começamos a gravar. O vídeo, que está disponível no CANAL SOLER; e, para minha surpresa, Plínio também estava sorrindo muito ao conduzir o Vectra B! Eu não imaginava, mas, para ele, este era um automóvel disruptivo e diferenciado, que um dia fora um sonho de consumo.

O carro que recebemos  era magnificamente bem conservado, passara sua vida inteira na cidade de Petrópolis (RJ) em uma única família; ao ver o Gildo conduzindo o automóvel de forma esportiva,  fazendo as curvas com muita segurança, já dava para entender que este carro tinha um comportamento de suspensão muito peculiar (por ser um conjunto independente nas 4 rodas do tipo Mc Pherson);  a distribuição de peso do carro era bem feita, o que o deixa muito equilibrado; não consigo ver a carroceria rolando em demasia ou oscilando em trechos sinuosos; o carro, à primeira vista, parecia surpreender e já me deixou curioso quanto à sua tocada.

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O Gildo não queria largar o carro de forma alguma... eu já estava doido para andar, afinal nunca me esqueci da primeira vez que vi o Vectra B, quando ele para o carro e vou ao encontro dele como uma flecha! Mas o Plínio chega primeiro, arranca Gildo de dentro do carro e toma a direção. Fico mais uma vez por último. Resolvo ir como “camera car”, acompanhando mais de perto, percebendo que o passeio seria demorado e ali fica evidente outra característica do Chevrolet Vectra: a classe e o luxo. Por ser um automóvel sedan, pode usufruir destes atributos tão bem como da esportividade de suas linhas.

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FOTO ANDRÉ SOLER - VECTRA DURANTE A GRAVAÇÃO DA MATÉRIA EM VÍDEO DO CANAL SOLER

Percebo que o carro nas mãos de Plínio a “deslizar sobre nuvens” de tão preciso e calmo que ele estava na condução do automóvel. O carro vinha pela estrada andando com suavidade e a elegância que somente os carros de luxo tem. E esta era uma característica muito importante para o Chevrolet Vectra, pois em sua grande maioria o público que o teve em seus áureos anos, eram executivos “de meia idade”, que às vezes gostavam de ostentação a bordo de seu novo automóvel.

Plínio, depois de 2 horas ao volante, resolve encostar o carro e me entregar. Olho para o céu, já perto de 5 horas da tarde. Percebo que terei de ser rápido para ter as impressões do fantástico sedã.

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FOTO ANDRÉ SOLER - VECTRA GLS RODANDO DURANTE A GRAVAÇÃO DO PROGRAMA

Entro no carro e logo o ar condicionado digital me chama a atenção; em seguida, um painel amplo, com um “tabelie” longo e com um cluster gigante, por causa da localização da sua tela, enorme para época, com as informações do computador de bordo ao lado direito. Muito me agradou! Vale a pena ressaltar que uma tela tão visível no painel foi inovadora em sua época. O Vectra foi um dos primeiros carros (senão, o primeiro...) a ostentar este recurso no painel do veículo.

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FOTO GILDO PIRES - ESTOFADO DO VECTRA

Em seguida, olho para o tecido da forração do carro, feito em veludo navalhado, dando um ar de luxo ao veículo que hoje não temos mais; o desenho dos bancos, privilegiando a ergonomia e com conforto para oferecer aos passageiros;  proporcionando a melhor experiência ao volante do carro; facilmente me ajusto, pois havia regulagem de altura, encosto, lombar e ajuste do trilho, somado a regulagem de altura e profundidade do volante; tudo era só alegria! O carro era bonito por dentro e por fora, o ar condicionado era um show, já estou me apaixonando por este carro de 20 anos de idade!

Não parecia, mas o Chevrolet Vectra B já tinha 20 anos de idade...que design marcante e atemporal este deste automóvel.

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Ligo o carro e o silêncio a bordo continua o mesmo; resolvo engatar a primeira marcha e me deparo com uma surpresa, a ré deste exemplar era para trás, o câmbio era o F22, item muito elogiado por ser um câmbio super-robusto! Os puristas e entusiastas que desejavam um tempero mais esportivo no automóvel agradeciam! Já imagino como deveria render o motor 2.2 OHC, que rendia algo perto de 122cv a 5.400 rpm. Coloco o veículo em movimento e o tradicional barulho do motor “Família II” aparece; engreno a 2ª marcha, 3ª marcha e fica evidente a precisão deste câmbio, muito suave e preciso nas trocas de marcha, acontecendo com muita facilidade; o pedal da embreagem hidráulica era leve e confortável, mas a esta altura uma coisa me pareceu fora de contexto: o rodar dele não era macio, é parecido com o de um carro de alto desempenho com uma tocada mais firme do que o rodar do seu antecessor. A carroceria quase não rolava e, para falar a verdade, gosto muito desta característica: veículo silencioso, confortável e muito bom de guiar em estradas por conta da sua suspensão.

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FOTO GILDO PIRES - MOTOR GM FAMÍLIA 2 - 2.2 OHC DO VECTRA B

Resolvo acelerar um pouco mais na rodovia e o carro já está perto dos 120 km/h, limite de velocidade para a via em que estou, e o motor 2.2 responde muito bem nas retomadas de velocidade para fazer ultrapassagens; os 19,4 mkgf de torque aparecem bem, se fazendo sentir segurança ao guiar este automóvel.

A plataforma GM2900 é um espetáculo e deixa este automóvel com um jeito esportivo, graças ao conjunto de suspensão, motor e freios (que são a disco nas 4 rodas) e, no caso deste automóvel, era assistido por ABS, um item opcional muito apreciado no início dos anos 2000. E o Vectra B ainda contava com a opção de controle de tração desde 1996, item que vinha como opcional na versão CD e CDX (a versão V6 que não tivemos por aqui).

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FOTO ANDRÉ SOLER - GILDO E O VECTRA PACE CAR EM 2017 NO AUTÓDROMO INTERLAGOS

Ao guiar este carro, não tinha como não lembrar do Gildo guiando o seu Vectra V6 PACE CAR na Stock Car e Fórmula Indy, o passado volta e percebo que devo entregar este fantástico sedan mais uma vez para Gildo, para que ele possa relembrar seus dias de glória com o seu amigo.

Passo o carro para ele que, mais uma vez, volta a guiar o automóvel e a se divertir com o fantástico sedã da GM. Me despeço do Vectra B com a saudade de um tempo que não voltará mais, onde os carros da Chevrolet eram produtos da Opel, adaptados para o público brasileiro e fico a me perguntar se ainda teremos a Opel novamente nestas terras.

Espero que tenham gostado!

Aguardo vocês na próxima matéria!

Deixo para vocês abaixo matéria em vídeo:


https://youtu.be/EOeBveiThGE

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FOTO GILDO PIRES -DETALHE QUE MARCOU A HISTÓRIA DO VECTRA B .

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